Por Luiz Martins
Nos últimos dias assisti a algumas pessoas 8principalmente comentaristas esportivos) se equivocando entre diferenciar uma marcação alta de marcação pressão e pressão urgente (pressing). São questões diferentes.
Um time pode gerar marcação em linhas altas, médias ou baixas, por encaixes, zonal ou mista e realizar pressão no adversário (geralmente ocorre com pressão por encaixe).
Então resolvi falar um pouco sobre este ponto.
Primeiro explicar os pontos:
A pressão e a pressão urgente (pressing para os teóricos da literatura do futebol) são estratégias muito usadas ultimamente no futebol atual, que consistem em exercer pressão sobre a equipe adversária, quando esta tem a posse da bola.
Geralmente é mais fácil de ver a ação quando ocorre a saída de bola, através de passe curto do goleiro para um dos defensores, em que o time que está se defendendo gera uma marcação alta, mas não é necessário estar com o time instalado em campo ofensivo para as ações de pressão ocorrerem.
A pressão alta é mais perceptível, pois possui dois objetivos primordiais: recuperar a posse depressa e desestabilizar o momento ofensivo do adversário em seu próprio campo, próximo à área.
Isto torna o jogo mais competitivo, mais ocorrências de jogadas de ataque e menores ações defensivas ocorrem, mas existem limitações para a prática:
- Movimentos coordenados
- Cobertura adequada das linhas recuadas
- Bloco compacto
- Treinos de intensidade
- Preparação física adequada
A pressão ocorre quando um jogador defensor vai para cima do jogador atacante com intuito de diminuir o espaço para jogar, podendo ser ativa ou passiva:
Ativa: defensor pressiona e busca o desarme
Passiva: defensor apenas diminui o espaço e tira a linha de passe
Já a pressão urgente (pressing), seria a pressão em conjunto, quando 2 ou mais jogadores sobem a pressão ao adversário, na tentativa de sufocar o portador da bola. É um movimento que exige muita coordenação dos jogadores que a realizam, para que não ocorra desgaste excessivo e falhas na marcação cedendo espaços ao adversário de forma não racional, pois pressupõe correr riscos.
Como disse, a pressão e a pressão urgente, podem ser realizadas precedidas de diferentes marcações e ambas em conjunto geram a marcação pressão, que seria a utilização destas ações defensivas de modo coletivo dentro de um time.
Estas ações são precedidas do chamado gatilho, que pode ser por exemplo, a bola do goleiro para um defensor, ou o passe de um zagueiro para um lateral, ou outro jogador de menor qualidade técnica.
Um jogador sobe a pressão no homem da bola e o restante sobe nos adversários, ou fecham linhas de passe na intenção de negar a progressão adversária.
Outro ponto importante: Quando um jogador efetua a pressão urgente sobre o portador da bola, deve haver um outro atleta imediatamente pronto para a “dobra”, isto é, capaz de o substituir nessa pressão em caso de ser ultrapassado pelo adversário.
Por ser uma estratégia desgastante, ela não é utilizada durante os noventa minutos de uma partida, mas aplicada em momentos pré-estabelecidos pelo treinador, dentro de sua estratégia, ou de acordo com o que ele compreende do jogo, ao ler o que ocorre na partida, escolhendo os momentos chave para aplicá-la, transformando-a em um elemento surpresa e não em um padrão de jogo estabelecido, sendo facilmente vencido pelo adversário.